No
Brasil, o romance nasce em meio a uma busca pela identidade nacional, e mais do
que a produção poética, busca fornecer as respostas sobre as tradições, o
passado histórico e os costumes do país em uma verdadeira investigação sobre os
espaços nacionais. A identificação destes espaços caracteriza a formação de
quatro linhas temáticas: o espaço da selva é retratado pelos Romances
Indianista e Histórico; o campo aparece no Romance Regionalista; a vida na
cidade é trazida pelo Romance Urbano.
A prosa regional buscou
compreender e valorizar as características étnicas, linguísticas, sociais e
culturais que marcam as regiões do país.
Passado
no interior do país, conta os aspectos dos ambientes rurais do interior do
Brasil;
Conhecido
como Sertanista, é marcado pela idealização do homem do campo. O sertanejo é
mostrado, não diante dos seus verdadeiros conflitos, mas de uma maneira
mitificada, como um protótipo de bravura, honra e lealdade. Trata-se aqui de um
regionalismo sem tensão crítica. Destacam-se obras de José de Alencar (“O
Sertanejo”, “O Tronco do Ipê”, “Til”, “O Gaúcho”), Visconde de Taunay
(“Inocência”), Bernardo Guimarães (“O Garimpeiro”, “A Escrava Isaura”) e
Franklin Távora, que com “O Cabeleira” diferencia-se dos demais apresentando
certa tensão social que pode ser enquadrada como pré-realista.
O
Romance regionalista também foi uma forma de resgatar os costumes e a
identidade nacional. Nesse tipo de prosa romântica, as histórias se passavam
nas diversas regiões do país, na qual, características e costumes de cada
região eram mostradas. Isso inclui também a linguagem regional.
As
principais histórias foram: Inocência (Visconde de Taunay), A Escrava Isaura
(Bernardo Guimarães), "O Gaúcho" e "O Sertanejo" de José de
Alencar.
Os
autores regionalistas pretendiam “conquistar o espaço brasileiro”, mostrar
histórias de personagens que enfrentam problemas em meio à seca e o latifúndio
do nordeste, romances passados nos pampas gaúchos ou críticas à sociedade
baiana da zona do Cacau. Isso tudo, na maioria das vezes, sem nem conhecer tais
regiões.
Assim
como na prosa regional onde os autores destacavam as características e costumes
de cada região, na arte o objetivo dos artistas não era diferente. Eles
buscavam representar as paisagens de cada região com suas belezas culturais.
Nas
obras românticas pode-se observar a influência do neoclassicismo, onde eles
valorizavam o academicismo e buscavam a perfeição com suas regras, simetrias e
também havia liberdade de expressão e subjetivismo. Também se encontra
influência do realismo, porém algumas com características visuais europeias,
pois os artistas não eram brasileiros, seu objetivo era representar a
realidade, do jeito que as coisas realmente eram.
Os
artistas representavam bastante o Rio de Janeiro, como nessa obra em que
podemos observar o aqueduto que servia para transportar água da nascente do Rio
Carioca, colhido no Silvestre junto à Santa Teresa, até o chafariz do Largo da
Carioca, abastecendo assim a população da cidade.
O
Aqueduto tem 42 arcos, em dois níveis sobrepostos, ligando o morro de Santa
Teresa ao Morro de Santo Antônio (parcialmente demolido), fazendo assim a água
chegar ao chafariz da carioca.
Aqueduto de Santa Teresa, Leandro Joaquim, óleo sobre tela, 86 x 105, c. 1790,
Museu Histórico Nacional.
Na pintura acima, aparece ainda em
primeiro plano, na margem inferior, uma pequena faixa de praia e as espumas de
pequenas ondas do mar. Dividindo a faixa de areia da lagoa, aparece uma
vegetação verde que deve ser um pequeno manguezal. A lagoa parece ser ligada ao
mar por um pequeno canal.
A construção que aparece em frente ao
Aqueduto, com frente para a Lagoa do Boqueirão foi demolida e não aparece mais
nas fotos do início do século XX. A Lagoa do
Boqueirão foi aterrada em 1779, para ganhar área e também para a criação de um
parque, o Parque do Passeio
Público que se estendiam até a beira do mar que
hoje é conhecido como Arcos da Lapa, os painéis foram encomendados para decorar
um local de visitação, o primeiro parque público do Brasil. Atualmente fazem
parte do acervo do Museu
Histórico Nacional.
Na foto acima podemos ver
uma paisagem metropolitana, onde há prédios, casas, em vez de uma paisagem um
pouco mais naturalista em que vimos na pintura de Leandro Joaquim, podemos ver
também que a população urbanizou próximo ao Aqueduto.
Os principais
representantes da prosa regional foram Bernardo Guimarães, José de Alencar e
Visconde de Taunay que escreveram obras diferentes umas das outras, com
elementos próprios e técnicas distintas. Ainda assim, todos tinham o mesmo
propósito: contribuir com a formação de uma linguagem e de uma cultura
brasileira.
REPRESENTANTES:
Bernardo
Guimarães: a escrava Isaura (sudeste)
Visconde
de Taunay: Inocência (centro-oeste)
José
de Alencar: o gaúcho (sul)
Franklin
Távora: o cabeleira (nordeste)
ESTILO
Narrativas
que se sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que
acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos
influenciados pela cultura europeia. Basicamente, são romances que procuram ser
mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, o
objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros, expondo a diversidade do
país.
Nessas
regiões pitorescas pode-se encontrar um grande número de doenças substancialmente
prejudiciais para a saúde humana, que até nos dias atuais matam um número
considerável de pessoas, dentre as doenças que podemos destacar encontram-se as
bacterioses, as viroses, as protozooses e as micoses.
Dessas doenças a Leishmaniose
é transmitida por um protozoário flagelado de gênero Leishmania presente em
insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou
flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido
ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e
telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas
quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais
comuns são: mosquito palha, tatuquira, birigüi, cangalinha, asa branca, asa
dura e palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares
úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.
Diante seu
desenvolvimento existem duas vertentes para essa doença, as quais podem ser visceral,
tendo seus sintomas destacados em febre irregular, prolongada; anemia;
indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de
peso; inchaço do abdômen devido ao aumento nu do fígado e do baço; ou cutânea
onde duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena
pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar
uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se
manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.
Sua prevenção se dá
através de se evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à
mata. Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde. Evitar
banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata. Utilizar repelentes na
pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença. Eliminar cães com
diagnóstico positivo para leishmaniose visceral, para evitar o aparecimento de
casos humanos.
Outra doença que se
destaca é a Dengue causada por um vírus da família Flaviridae, sendo
classificado como um arbovírus, ou seja, é transmitido através da picada da
fêmea de dois tipos de mosquito: do aedes aegypti e do aedes albopictus, esse
último conhecido por "tigre asiático". O aedes aegypti se reproduz em
locais com água parada, com lagos e poças d'água ou na água contida em
garrafas, vasos, pneus etc.
Entre seus sintomas
podem-se destacar: Febre súbita de 4 a 5 dias (acompanhada de fortes dores
musculares e nas articulações ósseas), manchas vermelhas no corpo, dores de
cabeça, cansaço, fotofobia (aversão à luz), lacrimação, inflamação na garganta
e sangramento na boca e no nariz.
Para que o risco de
contágio da doença diminua é necessário eliminar locais onde o aedes aegypti se
reproduz, ou seja, não deixar água parada; tampar reservatórios de água dentro
ou fora de casa; usar telas nas janelas para impedir a entrada do mosquito em
área residencial.
Nessas áreas residenciais
pode-se encontrar a Leptosprose que é uma doença infecciosa causada por uma
bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos e outros animais,
transmitida ao homem principalmente nas enchentes, pois a urina dos ratos,
presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes.
Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas
poderá se infectar. As leptospiras presentes na água penetram no corpo humano
pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento. O contato com
água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios com a
presença de ratos também podem facilitar a transmissão da leptospirose.
Dentre seus sintomas
estão febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas
(batata-da-perna), podendo também ocorrer vômitos, diarréia e tosse. Nas formas
mais graves geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos
olhos) e há a necessidade de cuidados especiais em caráter de internação
hospitalar. O doente pode apresentar também hemorragias, meningite,
insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte.
Sua
prevenção consiste em medidas ligadas ao meio ambiente, tais como
obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto), melhorias
nas habitações humanas e o combate aos ratos. Deve-se evitar o contato com água
ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas ou
outros ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos. Pessoas
que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem
usar botas e luvas de borracha.
Destaca-se também a
doença conhecida popularmente por pano branco, também chamada de micose de
praia e cientificamente de Pitiríase versicolor, é uma doença de pele causada
por um fungo chamado Pityrosporum Ovale ou Malassezia furfur.
Este fungo produz uma
substância chamada ácido azeláico, que impede a pele de produzir melanina
quando exposta ao sol. Logo, nos locais onde o fungo está a pele não fica
bronzeada como o resto do corpo, ficando com um aspecto mais branco.
Seus
sintomas são caracterizados por manchas amareladas ou
esbranquiçadas na pele em formato cilíndrico, descamação da pele, leve coceira
e progressão da área afetada. Geralmente ocorre nas áreas superiores do corpo
(as mais oleosas), pois produz uma proteína que degrada a proteção lipídica do
nosso corpo.
Para
se evitar essa doença simples medidas podem ser tomadas, por exemplo: evitar
locais com uma temperatura elevada e grande umidade, secar bem o corpo após se
molhar, principalmente nas dobras, evitar o uso de óleos na pele enquanto
estiver exposto ao sol e usar roupas leves.
Essas
doenças podem ser encontradas em diversas regiões do nosso país, sendo as
principais relacionadas ao sudeste e centro-oeste brasileiro.
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